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Herói da Resistência

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Herói da Resistência

Em pleno centro histórico de Manaus, um pomposo casarão exalta o final do século XIX, com um projeto dentro dos padrões luso-brasileiro, exibindo muitas portas abertas para o térreo testificando a finalidade clara do imóvel para área comercial e cada uma de suas portas são coroadas com janelas exibindo balcões e arcos ogivais, uma herança da arquitetura mourisca árabe, trazida para a Península Ibérica no século VIII.

O protagonista do casarão são os ladrilhos portugueses que cobrem toda sua fachada, que, por curiosidade, não eram muito utilizados nas construções em Manaus, já na platibanda, uma balaustrada exibindo pinhas e estatuetas na decoração, outra característica dos prédios do pré-Ecletismo.

Em 1888 o casarão abrigou a renomada tabacaria Casa Havaneza, estabelecimento comercial de grande prestígio da ''belle époque'', de propriedade dos comerciantes J. Vaz da Costa e Soares, o nome foi uma referência à capital cubana, Havana, mas não demorou o comércio se especializou na venda de roupas e artigos masculinos de luxo.

A Alfaiataria Ramalho outra empresa de bastante prestígio ocupou parte do casarão ao lado da Casa Havaneza, de 1908 até o início da década de 50. Entre 1961 e 1976, foi a Drogaria Comercial, de propriedade do senhor Abdon Azaro, que ocupou o belo imóvel, mas com o falecimento do farmacêutico de origem libanesa o imóvel ficou fechado por alguns anos e chegou ser ameaçado de demolição.

Em 1987 o belo casarão foi salvo pelo gongo, ou melhor, pelo poder público, que restaurou e modernizou o imóvel, com a construção de um auditório de quase 300 lugares entre outras benfeitorias, para desta vez abrigar a sede do Instituto Superior de Estudos da Amazônia (ISEA).

Mas não demorou, e logo na segunda metade da década de 90 o imóvel mais uma vez foi fechado, até que no ano de 2001, depois de uma adaptação feita pela Secretaria Estadual de Cultura (SEC), passou a abrigar, no térreo, o Teatro da Instalação, destinado a pequenos espetáculos e agora a população está no aguardo do retorno das atividades culturais pós pandemia.

 Manaus Abandonada/Todos os direitos reservados - Edição e fotos: Domingos Petroceli - Fotos aéreas: Lucas Petroceli -Produção: Paulo Ioppi  - Atualizados com fotos internas da Prefeitura de Manaus e fotos do prédio antigo do Google



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